Quando vi Suel pela primeira vez, achei ele apagado. Bobo. Diria até infantil. Julguei mesmo. Poderia ser uma reunião com a diretoria, não importava, ele não conseguiu sustentar uma pauta sem brincar, contar uma piadinha. Até que um dia, num entrave com um projeto, ele foi ótimo. Explicou os motivos que poderiam estar causando as demandas, apresentou soluções, falou de forma segura, foi objetivo. "Até que ele é bom nisso", pensei.
E como o universo é um grande fanfarrão, nesse mesmo dia que olhei para ele com uma certa admiração, nos encontramos numa situação inusitada. Alice é a amiga mais zen que tenho. E, vez ou outra, me faz uns convites bem aleatórios. Dessa vez, me chamou para uma vivência de respiração consciente. “Vamos aprender a respirar com presença para aquietar a mente, relaxar. Vamos!!!”, disse, no áudio convocação. Resolvi encarar esse convite inusitado.
E minha alma saiu do corpo quando cheguei no espaço e dei de cara com Suel! “Não é possível”, pensei. Tínhamos nos visto e agora não tinha como “desver”. Resolvi ir até ele para cumprimentá-lo. Perdi a conta de quantas pessoas estavam naquele encontro. Ele me fitou com um olhar inquieto e deu para perceber que era recíproco o julgamento feito a partir da pouca convivência. A cara dele dizia: a chata está aqui?? Ri internamente quando pensei nisso. Eu fazia questão de ser chata com ele. Mas resolvi que seria mais simpática dessa vez. E com o melhor sorriso que pude dar, falei um "oi, Suel, que surpresa!".
As explicações foram dadas e seria uma hora de "respiração presente", como disse a facilitadora. Já estava muito arrependida. Alice me olhou com uma cara de "dê uma chance!". Eram ciclos de respiração. Intensa. Suave. Em pé. Sentada. Já na reta final da dinâmica, a facilitadora formou pares. E Suel e eu formamos uma dupla. Destino? Hater? Ainda não sabia.
Resumindo a atividade em par, deveríamos ficar um de frente para o outro, bem próximos. Então iniciar um ciclo de respiração pelas narinas. Leve. E na outra etapa pela boca. Essa, mais curta e rápida. Me causou estranheza a princípio: oi?! E as gotículas de saliva?! E se ele estiver com bafo?! Ou pior: e se eu estiver com bafo?! A facilitadora deve ter observado minha cara invocada, porque ela comentou: “a mente pode travar as experiências. Se permitam. Vivam o agora!”.
Carapuça vestida, me permiti.
Estávamos bem próximos. Sentia o calor do corpo dele. Naquele momento já tínhamos uns 40 minutos de vivência e o suor brotava pelos poros. Nos olhamos, e parecia que era a primeira vez que a gente se via de verdade. Ele era bonito. A boca grossa. Com linhas de expressão no canto dos olhos, barba contornando os lábios, o cabelo comprido, que quase sempre estava amarrado, nesse dia estava solto emoldurando o rosto, com fios grisalhos se destacando no castanho; olhos vívidos de quem sabe ser sério, debochado, e quer viver tudo que for possível. O contato visual foi interessante. Senti que ele estava me olhando com mais atenção também.
A sala estava numa penumbra, mas dava para enxergar bem o seu rosto. A facilitadora colocou uma música e pediu que iniciássemos a próxima etapa. Respirar tão próximo de alguém era esquisito. O calor do corpo, o hálito quente, agradável (ufa!!), começaram a fazer efeito. Nossos corpos se encostaram em alguns momentos. Eu comecei a pensar: qual o sabor da sua língua?? E a sensação era que Suel "ouviu" meu pensamento. Porque deu um leve sorriso e molhou os lábios. Ah! Diário, ali já comecei a sentir um troço por dentro. Só sei que aquele inspira, expira, suave e intenso, começava a me fazer pulsar. E em um momento me desequilibrei um pouco e nossos lábios se encostaram. Meio sem querer. Meio querendo. Fingi costume e segui com a respiração.
Mais um comando da professora foi dado: “Se for de consentimento da dupla, podem se permitir um abraço. Respirem de forma suave nesse abraço”. Diário, ela falou toda essa frase, mas eu só ouvi: podem se beijar! Não quis dar uma de doida, então segui a orientação. Nossa pele estava quente, úmida. Entrelaçamos os dedos antes, um improviso nosso, nos afastamos um pouco, ele sorriu, eu retribui, e ele me puxou, firme, e me abraçou. Meus seios tocaram seu peito. Tirei minha lasquinha, roçando nele,
sinuosa, para encaixar minha perna entre as dele. Ele me apertou ainda mais ao seu corpo. Minha buceta pulsava. Não tinha perdido o ritmo da respiração, quando ouvi mais uma vez a voz estraga prazeres da moça: “Vão voltando, se afastando do seu par, abram os olhos e agradeçam a experiência vivida.” Só nesse momento me dei conta que toda experiência passamos de olhos abertos. Nos encarando. Captando cada expressão. Acho que fomos os últimos a desencaixar o corpo. Olhei ao redor tentando me recompor e cruzei com olhar de Alice, que parecia descabelada e com os olhos miúdos me afrontando! Achei graça.
Me despedi dele e de Alice e, a caminho do carro, Suel me alcançou e perguntou se eu queria ir beber algo. Não perdeu tempo. Queria dizer: vamos! Mas notei que uma hora de respiração consciente cansa. “Poderíamos treinar a respiração amanhã lá em casa. O que acha?!”, disse impulsionada pelo tesão. “Adoraria!”, respondeu.
E assim, diário, selamos nossa transa.
…
No dia seguinte estava incrédula. Eu convidei Suel para ir em minha casa?? Pensar nisso me dava vertigem. Atropelei mil condutas do meu manual "como lidar com homens do trabalho". Oxigênio em excesso e tesão, que perigo. Ri de nervoso. Fiquei na expectativa de ter sido um surto coletivo. Aquele tanto de gente liberando CO2 num ambiente fechado. Só que não!
O meu primeiro bom dia foi de Suel. Veio até minha sala. Não trabalhávamos próximos.
Mas estávamos a pleno vapor num projeto juntos.
"Oi! Bom dia. Conseguiu dormir bem?"
"Bom dia. Mais ou menos. Acho que ar demais tem efeitos colaterais. Convites ousados, por exemplo."
Ele riu. “Estou ansioso por hoje."
Ele não esqueceu. Sorri. Queria um sorriso sem graça. Para desencorajá-lo. Mas minha
cara, super autônoma, transmitia: é loucura, mas eu quero.
"Até mais tarde."
E lá se foi Suel pelo corredor.
O dia foi frenético, mas entre uma coisa e outra, acertamos os detalhes. Lá em casa, às 20h.
…
Confesso que não estava preparada para receber um convidado em casa, mas garimpando a geladeira, pensei no cardápio: uma pizza “chique” que assaria na hora, tinha umas cervejas também, mas não pretendia beber, então fiz o meu segundo melhor suco do mundo. Morango com laranja. E para adoçar a noite, cheesecake de doce de leite. Para vestir, optei por um vestido soltinho amarelo e uma calcinha box azul clara. Dispensei o sutiã. Enquanto me arrumava não parava de repetir: "é isso mesmo? Suel?!". O interfone me tirou desse mantra.
Abri a porta e lá estava ele. Cabelos soltos, olhar vivo, vestindo uma calça jeans preta e uma blusa azul clara com a frase: "Sabe, eu não faço fé nessa minha loucura". Quando passou por mim pela porta, acariciou a palma da minha mão e beijou próximo à minha boca.
"Gosto dessa música.", comentei sobre a frase da camisa.
"Você conhece???", perguntou surpreso
"Beijo Partido. Milton Nascimento.", me exibi.
"Quase ninguém conhece!", falou admirado.
"Eu não sou ninguém (honrei a chata que habita em mim). Quer beber algo?", perguntei
indo para cozinha e rindo por perceber que minha calcinha e a blusa dele eram da
mesma cor.
Optei em comermos antes de qualquer coisa. Estava morta de fome. A pizza estava deliciosa. Ele me acompanhou no suco de morango com laranja. Pouco falamos sobre trabalho, o que foi bom. Demos boas risadas lembrando da respiração consciente. A noite seguia prometendo. Sugeri comermos a sobremesa. Acho que ele imaginou ser a deixa, porque me beijou. Os lábios grossos encontraram os meus. Gostoso o beijo dele. A língua rápida e hábil. As mãos me tocavam como se estivesse apurando o terreno, antes de dar os próximos passos. Estávamos no sofá, mas não queria ficar ali. E não sei por que, diário, mas puxei ele para a despensa, depósito, que chamo carinhosamente de Cubo Mágico. Porque tudo que procuro, encontro lá.
É importante registrar aqui, lá é minúsculo. Um quadrado que a quatro passadas já se cruza o espaço. Tem uma janela, que apesar de pequena, deixa o local um pouco ventilado. Em uma parede ficam as prateleiras que têm de tudo, de açúcar a material de costura. Umas caixas organizadoras num canto e, na parede em frente à porta de entrada, a rainha do espaço. Uma cômoda de madeira maciça que eu adoro. Em suas úteis gavetas deixo documentos antigos, lençóis. Ela não é muito alta. Quando sento em seu tampão, meus pés ficam um pouco acima do chão. Confesso que já me imaginei transando sobre ela.
Suel deu uma gargalhada gostosa quando entramos no Cubo Mágico. "É algum fetiche?", ele perguntou. Sorri e lembrei da dispensa de minha avó. É, talvez seja, pensei.
Desci as alças do meu vestido, que escorregou pelo meu corpo. O olhar dele me fascinava. Parecia lamber meu corpo (com desejo). Como se quisesse me consumir até o último suspiro. Nos beijamos mais uma vez, mal tínhamos começado e o suor já cobria nosso corpo. Pelo pequeno espaço - a pobre janela não daria conta -, mas também pela espera daquele momento. Estávamos em ebulição. Como pode?! Parecia que tudo se encaixava como deveria ser. Ele apertava meu corpo, alisava, beijava, comecei a despi-lo. Ah! DIÁRIO! Puta que pariu. Que delicioso. Eu salivei. O cheiro dele era amadeirado. Me lembrava cedro. Eu passava meu corpo no dele. Queria sentir cada pedaço.
Ele apertou meu pescoço, o ar se esvaiu. No primeiro momento estranhei, segurei sua mão e o encarei. Ele sorriu de canto de boca e arqueou a sobrancelha me encorajando a permitir. Liberei sua mão e inclinei a cabeça levemente para trás, e ele segurou firme mais uma vez. Ainda estava receosa mas, mesmo assim, uma explosão de delírios tomou conta de mim. Eu queria gritar, empurrar, bater nele, respirar… Ele me sentou na cômoda com agilidade, e da mesma forma, tirou minha calcinha. Nú, de frente para mim, se ajeitou entre minhas pernas. Chupou meus seios, lambeu meus lábios e mais uma vez apertou meu pescoço. Dessa vez me permiti sentir sem medo. DIÁRIO. Meu corpo vibrava. Que loucura!!! Ele foi descendo entre meus seios, sugou minhas coxas, ajoelhou, contornando minhas pernas com beijos, mordidas, lambidas atrás dos meus joelhos. Ouvia o estalar da peça, sentia o cheiro do espaço quente, eu gemia baixo, mas vez ou outra o som rompia pela minha garganta. Ele ficou em pé na minha frente e acho que nos beijamos por uns quinze minutos. Não contei, mas passaria a noite toda naquele beijo. Desci da peça e invertemos as posições.
Agora ele estava próximo a cômoda. De costas para mim, o pressionei à rainha do espaço, ele apoiou os cotovelos no tampão. Afastei um pouco suas pernas, e comecei a mordiscar suas costas, bunda… delicioso. Dei uma lambida em seu cu, períneo, saco, com seu peso ele arrastava a peça no piso, tentando se manter em pé. Acariciei suas pernas e, ainda de joelhos, o virei. Levantei, e ficamos nos olhando. Envolvi seu pescoço com minha mão. Estava um pouco insegura, ele me conduziu para que fizesse certo. Uma sensação de controle tomou conta de mim, enquanto o observava puxar o ar com certa dificuldade, vibrando, arrepiado. Me deliciei nesse momento. Senti seu pau duro roçar em mim, toquei e fui em direção para me divertir um pouco mais. Estava latejante. Segurando, encostei em minha boca, e depois senti seu sabor com minha língua. Ele estava entregue, com as mãos espalmadas na peça… quase sentado. Enfiei todo o pau até minha garganta. Ele gemeu alto. Fiquei uns segundos quieta para que ele sorvesse toda sensação gostosa de ser chupado.
Em seguida, pressionei minha língua na extensão de seu pau, ele agarrou meus cabelos. Senti suas pernas tremerem, e, sugando, fui tirando seu pênis devagar de minha boca. Ele me puxou para cima, estava afoito, me beijou, abraçou, senti o pau dele entre minhas pernas, pressionei as coxas… ele se afastou, mexeu no bolso da calça jogada no meu cubículo particular à procura da camisinha, enquanto me sentei na peça. Dessa vez fiquei mais atrás, encostada na parede. E apoiei um pé no tampão de madeira. Me abri para ele. Quando se virou, já pronto, ficou fixado olhando minha buceta. Diário, não lembro de ser admirada desse jeito. Ele mordia os lábios, tocava no pau e com a respiração entrecortada, se aproximou e me chupou com gosto. Quase tenho um orgasmo. Tentei pôr em prática a respiração consciente para aquietar um pouco o corpo, mas nada adiantou. Assim como minha respiração, meu corpo estava acelerado. Sentia espasmos… e ele não parava. A cada chupada, olhava minha buceta como quem estivesse se deleitando. Meu corpo pulsava, a peça rangia dando coro ao meu gemido. Ele me puxou com força, ficamos juntos e fomos para o chão. Uma sábia escolha dele. A peça não iria aguentar nossos corpos em chamas.
Ele se sentou e eu montei. AHHHHH, diário. CaraLHoooo!! Não sei descrever a sensação esplêndida que foi sentir ele me penetrando. Suel pressionou meu corpo contra o dele, me travando, se enterrando o mais fundo que pôde em mim. Dessa vez, sem ele apertar meu pescoço, senti o ar fugir do meu corpo, e o orgasmo me tomou por completo. Quando ele me deitou e ficou por cima, eu ainda em êxtase, emendando um orgasmo no outro, ele aumentou o ritmo na penetração. Já não sentia vida em mim, exausta, quando seu pulsar e o som do seu prazer se fizeram presentes!!
Ficamos um tempo por ali. E mais uma vez pensei na noite anterior. Na respiração consciente. E tentei viver o agora. Não queria abrir espaço para pensar que Suel estava no chão do Cubo Mágico, esgotado, comigo entrelaçada em suas pernas, e que em algumas horas precisaríamos estar na empresa, lidando com a vida pós coito. E foi nessa paz de viver o momento que o convidei: vamos para cama dormir?
Na adolescência, Samir era o alvo de gozação da nossa turma. Não por ser muito magro e usar roupas bem maiores que seu número ou ter um nariz protuberante, mas ... Read more
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