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The Voluptuousness
Apollonia Saintclair

Comer rezando

Na adolescência, Samir era o alvo de gozação da nossa turma. Não por ser muito magro e usar roupas bem maiores que seu número ou ter um nariz protuberante, mas porque ele queria ser padre. No auge das nossas descobertas, e de toda aquela pegação, Samir era o mais contido, sempre falando sobre princípios religiosos e, claro, sobre pecado. 

Sugeri, na época, que fizéssemos uma aposta para ver quem o beijaria primeiro. Mas, apesar de todo o empenho da galera, ninguém tinha conseguido ganhar. Até agora!

Os pais dele eram católicos fervorosos e, dos três filhos, escolheram o caçula para ser o “filho de Deus”, como costumávamos apelidá-lo. A vida seguiu e nos reencontramos, já adultos. Fisicamente ele tinha mudado um pouco. Já era um homem, mais forte, seus cachos quase não se viam por causa do cabelo curto, mas permanecia convicto e seguindo com o plano de se tornar padre. Começou a falar sobre “vida diaconal”, “chamado”, “dedicação plena”… E eu, viajando naquela boca e pensando: “Meu DEUS! Bem que eu queria ter ganhado aquela aposta.” 

Ele já tinha se formado em Filosofia e Teologia, e faltavam poucos meses para ter a ordenação do sacerdócio. Ele estava seguro de si. Ao menos era o que parecia, porque o homem que voltei a encontrar alguns anos depois, em Natal, tinha um novo propósito. Um novo caminho.

A convite de uma amiga, fui passar alguns dias no Rio Grande do Norte. Circulando pelo centro de Natal, notei um rosto familiar. Nossos olhares se cruzaram.  

- Úrsula? - ele disse.

- Samir?!- perguntei insegura. 

Ele me deu um abraço forte. Fiquei tão em choque, que não consegui falar. Estava mais bonito do que nunca, queimado do sol, com um sorriso largo e um outro brilho nos olhos. “Quase divino”- ri da minha piada besta. 

Ele desatou a explicar quem era aquele novo homem. Com roupas leves, cachos desengrenhados, mais carismático: 

- Então, é isso! Hoje sou professor, e trabalho como voluntário em alguns lugares. Não precisava ser padre para exercer meu propósito - finalizou me encarando. 

Eu, ainda surpresa, apenas falei: 

- Obrigada, meu DEUS! - rimos. 

Expliquei que estava hospedada na casa de uma amiga e marcamos algo no dia seguinte. Pensei em perguntar sobre sua vida amorosa, mas me contive. Apesar de diferente, ainda mantinha resquícios do quase padre, um pouco altero, uma leve frieza.

No dia seguinte, nos encontramos no centro da cidade mais uma vez, mas não demoramos por lá. Resolvemos ir para um município próximo a Natal, onde ele morava, e seguimos para a praia de Pirangi. Um paraíso! 

Foi um dia maravilhoso. Lugares lindos, comida deliciosa, pessoas super agradáveis que encontramos por lá. Rolava um movimento de paquera entre a gente, toques, olhares mais demorados. Em algum momento, começamos a conversar sobre a nossa adolescência, até que contei sobre a aposta: 

- NÃO acredito! - ele disse chocado.

- Pois é, que coisa feia, né? Apostar quem te beijaria - constatei sorrindo. 

- Não. Estou chocado em você querer me beijar! - falou dando uma piscada para mim. 

Retribuí a piscada e engoli a seco. Se esse simples gesto fosse traduzido em palavras seria: “Ok! Estamos aqui nesse paraíso, por que não?”.

A noite já dava o ar da graça, quando ele pediu que dormisse por lá. Comuniquei à minha amiga e seguimos para sua casa, que ficava praticamente dentro do mar. Ela era toda branquinha por dentro, com detalhes no estilo zen budista (o que me surpreendeu), poucos móveis e bem aconchegante. Eu estava puro salitre e minha pele ardia um pouco. Resolvi tomar um banho, enquanto ele se embrenhou pela cozinha. Quando retornei para a sala, a mesa estava farta. Beiju, arroz doce, cuscuz. Ele virou e me olhou:

- Uau! Você tomou todo o sol da praia - falou, vindo em minha direção. - Vou cuidar de você. Tenho uma pomada divina… desculpa o trocadilho - e sorrindo, me pegou pela mão e fomos até o banheiro.

Eu estava com um vestido leve de alças e com maiô por baixo.

- Posso? - perguntou, apontando para os meus ombros, se poderia abaixar as alças.

- Pode! - falei, olhando o reflexo dele atrás de mim pelo espelho.

Mas, meu querido DIÁRIO, vestidinho de praia é dose. É só puxar um pouco para o lado, que ele despenca no chão. Então foi isso que aconteceu. Ele desceu as alças ao mesmo tempo, e o vestido foi roçando em mim até o piso do banheiro. Sorrindo, falei: “Providencial”. Ele umedeceu os lábios, abriu um pequeno pote com cheiro de laranja doce e, pegando um pouco, foi espalhando com cuidado pelos meus ombros…. Que mãos são essas!!!! Paradoxo total. São grandes, ásperas, mas leves e suaves ao toque. Eu fechei os olhos, sentindo ele deslizar pela minha pele. Meus seios pareciam que iriam atravessar o tecido do maiô. Minha vagina dava sinal de vida. Senti ele mais próximo. Respirei fundo e remexi de leve o quadril, me roçando nele. Uau! Se o que eu senti tocando em mim não for tesão… Ele afastou os meus cabeços, beijou minha nuca e percorreu uma trilha até encontrar meus lábios. Recebi seu beijo me virando de frente para ele. Por uma fração de segundos, me veio em pensamento: “Eba!! Ganhei a aposta!”. O beijo dele era úmido, quente, a língua larga preenchia minha boca. Ele me sugava. Nossas línguas bailavam. Dei mordidas em seus lábios, lambi o cantinho de sua boca... Nossa respiração já perdia o compasso. Sentia minha vagina pulsar. CARALHO! Que beijo. A pia fria pressionava minha bunda; ele me apertava contra ela. Sentia os grãozinhos de areia por toda a sua pele. Fui percorrendo cada poro daquele ser. Nos olhamos, e ele me puxou para o quarto. Atrás dele, fui desfazendo o laço do maiô e ficando nua.

Quando ele se virou, sorriu e foi tirando a roupa também, e dobrou. Achei engraçado. Ah! Samir. Ele se aproximou e passou suavemente a ponta do dedo entre meus seios. Meu coração estava disparado. Estava ansiosa. Ele foi acariciando um seio, enquanto chupava e mordiscava o outro. Enfiei meus dedos em seus cachos e gemi. Ele foi beijando, roçando a língua em minha pele, fazendo a volta em mim. Acariciou meus joelhos…Adorooo! Contraí o corpo. 

- Humm, interessante - ele disse e seguiu seu percurso. Passou a mão e apalpou minha bunda. O pau dele duro roçava em mim. Queria muito chupar ele.

Deitei na cama de barriga para cima. Ele fez a volta, pegou um lençol próximo, abriu no ar e deixou cair sobre mim. Observei o lençol se encher de ar e ir esvaziando. Fiquei totalmente coberta. Ele o puxava devagar e o tecido acariciava minha pele queimada pelo sol. Que delicia! Ele olhava atento meu corpo se arrepiar ao toque do lençol. Repetiu o movimento mais uma vez e depois pulou para cima de mim. 

Nos beijamos. Ele enfiou o nariz saliente entre meus cachos e seguiu em seu modo farejador, entre meus seios, minha barriga. Apertava minha cintura, levantava meu quadril, chupava meu umbigo. Era uma mistura de arrepios e cócegas. Humm!! Mexia num ritmo que ele orquestrava. Mordiscava minhas pernas, eu apertava ele me roçando, ouvia seu gemido. Fui me virando, ficando de lado, ainda deitada, e ele seguiu com as carícias até meus pés, mas, antes, deu uma chupada gostosa em minha bunda. Sentia pequenos espasmos de prazer. Então foi a minha vez de pular em cima dele para deitá-lo. E quando já estava de barriga para cima, enfiei o seu pau todo em minha boca. Sem pestanejar. Ele gemeu alto. Depois de matar meu desejo voraz, peguei leve. Beijei sua virilha, chupei seu saco, acariciei o períneo e voltei novamente para o pênis. Passei a língua ao redor da cabeça do seu pau, fui acariciando de forma circular e fazendo movimento de ir e vir. Ele foi à loucura. E mais uma vez enfiei todo o pau em minha boca. Dessa vez mais suave. ADORO! Ele estremecia de prazer. Com seu gosto ainda em minha boca, nos beijamos. Um beijo insaciável. Eu sentia o suor escorrer pela minha bunda. Estava um forno. Uma delícia.

Com ele ainda deitado, fiquei em pé ao lado da cama, próxima ao topo de sua cabeça, e o observei. Ele tentando compassar a respiração, a pele também queimada do sol, estava todo arrepiado. Toquei em seus cabelos cacheados, me inclinei e beijei sua testa, olhos, nariz, boca, lambi seu queixo, e segui. Fui percorrendo seu corpo e, à medida que ia “cobrindo-o” com o meu, ele me dava beijos e chupadas. Continuei minhas carícias, engatinhando sentido aos seus pés, quando ele segurou firme minha cintura e aproximou minha boceta de sua boca. Senti a ponta do seu nariz. Ah! GAROTO, sabe usar bem seus atributos. Ele ia fuçando com o nariz e me chupando. Ah! QUE DELICIA. Eu me mexia, roçando meus seios nele. Sentia minha boceta pulsar, meu orgasmo chegando. Ele me chupava alternando pressão no clítoris, sucção e lambida, e quando estava quase para gozar, mudei a posição. Fui invadida por uma sensação de frustração e desejo. Estávamos os dois deitados lado a lado. Em valete. O quarto foi tomado pelo som da nossa respiração ofegante.

- Já estava sentindo seu gosto. Você iria gozar! Por que mudou de posição? - ele perguntou, agora me encarando. Eu ainda estava no misto de sensações, não conseguia formar uma frase, então disse apenas: “OoH!!”.

Ele veio para cima de mim e chupou meus lábios… Humm!! Isso ativou novamente o meu orgasmo. AHHH!! O cheiro da maresia, nossa respiração, o som do mar, tudo tão gostoso. Sentia minha pele corresponder a todos esses estímulos. E acho que embarcar nessas sensações inebriantes, me distraiu, porque, quando me dei conta, Samir estava em minha frente, já com camisinha, me encarando. Olhar ele ali, o quase padre, me deu um calafrio. Puxei ele para perto e o conduzi até sentar na beira da cama. 

– Vou sentar em você. Quero todo dentro de mim – falei com uma cara safada. 

Ele tocou o pau e puxou o ar entre os dentes, fazendo um chiado de desejo. E de costas para ele, me sentei naquele pau – Ah!!! aquele pau. Como se estivesse em câmara lenta, fui me enterrando nele. Me preenchendo até estar quase sentada em seu colo. O gemido saiu das minhas entranhas. Ele tremia de prazer. Entrelaçou os braços pela minha cintura, me contendo por um instante, e foi liberando a pressão do abraço aos poucos. Comecei um movimento de sobe e desce em ondas em seu pau, ficando na pontinha dos pés e, com o pau quase que totalmente fora de mim, sentava de novo. Lentamente. Mas fui aumentando o ritmo. Ele deixando ser levado, gemendo, acariciando meus seios, barriga... Dava chupadas em minhas costas, se enroscava em meus cabelos. Fechei as pernas entre as dele, e comecei um movimento mais forte, mais rápido. Ele segurou firme em minha cintura, senti mais uma vez o orgasmo vir. Com minha mão, toquei em meu clítoris já enrijecido e mantive um movimento de cima para baixo, de cima para baixo, de cima para baixo. Estava muito lubrificada, puro tesão e meu orgasmo chegou como uma explosão interna. Puxei o ar profundamente, como se quisesse manter toda aquela sensação em mim. O meu gozo enlouqueceu Samir, que já pulsava dentro de mim. O gemido dele foi alto. “PURO TESÃO!”, ele disse enquanto gozava e me pressionava em seu colo. CA-RA-LHO!

Ah! Diário, ainda bem que esse novo caminho que Samir escolheu, continua alinhado aos seus propósitos, mas com um plus: é liberado transar. Porque seria um desperdício esse homem não movimentar toda essa energia sexual. E pelo visto, não foi só eu que lembrei da aposta durante o sexo. Ao final, Samir sugeriu que deveríamos tirar uma foto nos beijando, para que eu reivindicasse meu prêmio. E depois dessa ideia debochada, ele fez um pedido que meus olhos brilharam: “Vamos comer cuscuz?”

  • Nota: 10!
  • Parceiro: Samir. O quase padre
  • Habilidades: beijar, cheirar, chupar...
  • Status: Deus é quem sabe
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